na arte da performance em Portugal: uma cronologia

por Verónica Metello

(Dos anos Sessenta aos anos Oitenta)

Uma cronologia da arte da performance em Portugal deve considerá-la até aos anos 1970 como um aspecto do experimentalismo da passagem da arte do objecto para a arte da experiência, em que os objectos artísticos são substituídos por dispositivos e procedimentos, produzindo a pura experiência da arte, aquilo que Michaud designa por ‘volatização da arte’[1].

Anos Sessenta: A emergência do experimentalismo performativo

A tela Poema para Bailar do pintor João Vieira, de 1961, poderá ser tida como o marco inicial dessa tendência experimental que orienta a incursão das práticas artísticas não performativas no sentido da performatividade. Baseada num poema de Ana Hatherly, a tela impõe uma leitura mediada pelo movimento em virtude da composição do poema numa estrutura circular radial. Decorrente da pesquisa pictórica em torno do signo enquanto índice do movimento, na qual se inclui a tela Poema para Bailar, João Vieira realizará em 1970, aquando da Exposição Dura, Galeria Judite daCruz, em Lisboa, o que Ernesto de Sousa designou uma ‘acção espectáculo’[2]  e João Fernandes uma ‘performance destruição’[3]. No ano seguinte, João Vieira, faz desfilar letras e, em 1972, realiza para a Expo AICA 72 (Exposição do Prémio da Associação Internacional de Críticos de Arte) na Sociedade de Belas Artes de Lisboa, a performance Incorpóreo I.

Foi no contexto da música e da poesia experimental que decorreram as primeiras experiências então designadas por Happenings. Em 1965, o que ficou conhecido como o primeiro happening em Portugal, aconteceu em Lisboa, na Galeria Divulgação, e os seus organizadores/intervenientes movimentavam-se no universo do experimentalismo polivalente na poesia e da música experimental (Ernesto Melo e Castro, Salette Tavares, Jorge Peixinho, Clotilde Rosa, António Aragão, Mário Falcão). Posteriormente descrito como uma ‘manifestação de neodadaísmo’[4], o CONCERTO E AUDIÇÃO PICTÓRICA foi apresentado como ‘concerto experimental, um espetáculo de teatro musical’ que despoletou uma importante discussão pública em torno do esclarecimento das linhas mestras do experimentalismo internacional[5].

Em 1967, alguns dos envolvidos no CONCERTO E AUDIÇÃO PICTÓRICA prepararam a CONFERÊNCIA OBJECTO, na galeria Quadrante, em Lisboa. Pensada e arquitectada pelos seus intervenientes – Ana Hatherly, José Alberto Marques, Ernesto Melo e Castro e Jorge Peixinho, como um happening minuciosamente programado, seguia de perto a formulação teórica e a base conceptual das revistas Operação. As revistas Operação I e Operação II, organizadas por Ernesto Melo e Castro e Ana Hatherly pretendiam ser, em simultâneo, revistas de poesia experimental e exposições portáteis com o intuito de documentar as duas vertentes seguidas pela investigação poética em torno dos seus organizadores: uma com coordenadas visuais (E. Melo e Castro) e outra explorando o aprofundamento da mecânica linguística (A. Hatherly).

A CONFERÊNCIA OBJECTO foi iniciada por uma breve apresentação feita pelo crítico e historiador de arte José-Augusto França, à qual se seguiu a leitura, por Hatherly, de um texto sobre as directrizes essenciais do estruturalismo, interrompida ora por Ernesto Melo e Castro ora por José Alberto Marques, ora pela intervenção sonora em simultâneo, a partir de dois gravadores, de duas partituras compostas por Jorge Peixinho para a ocasião[6]. A CONFERÊNCIA OBJECTO foi repetida por Ana Hatherly na Galeria Alvarez no Porto, com a presença de Jorge Peixinho, servindo também para a apresentação desta revista Operação. Noticiada como um acontecimento chocante na pacatez cultural do Porto[7], consistiu na realização, por parte de Hatherly, de uma conferência sobre o estruturalismo, uma explicação do seu Alfabeto Estrutural e a audição simultânea de três peças compostas por Jorge Peixinho.

Foi também em relação com a poesia que Ernesto de Sousa realizou, em 1969, o evento, em Algés, Nós não estamos algures, exercício sobre poesia comunicação, posteriormente consensualmente designado um happening.

Anos Setenta: a performance para além da poesia e da música experimental

Na década de 1970, a prática da performance em Portugal conhece um desenvolvimento distinto. Começa a circular informação sobre performance e um conjunto de Encontros Internacionais despoletam uma dinâmica de experimentação e radicalização dos modos de realização e recepção do artístico.

Em 1972, o pintor Espiga Pinto realizou a performance/happening Egotemponírico, em Valadares. Esta foi posteriormente descrita pelo programador e crítico Egídio Álvaro – peça essencial na história da performance nestes anos em Portugal – como ‘um percurso/envolvimento simbólico com objectos de grandes dimensões que se adaptam às árvores e modificam singularmente a paisagem. Nesse espaço temporário tratou-se do nascimento, sofrimento, partida, tendo o artista utilizado o seu corpo para estabelecer ligações muito poéticas, quase místicas, entre o homem, a natureza e o cosmos’[8].

Considerando uma leitura cronológica, antes de analisar a actividade de Egídio Álvaro deve ser tida em conta a actividade do Circulo de Artes Plásticas de Coimbra, onde decorreram em 1973, 1974 e 1976 eventos assinaláveis.

O Circulo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), fundado em 1958 como organismo da Associação Académica foi um elemento central na programação de alguns eventos que se devem inscrever numa cronologia da performatividade em Portugal, na década de 70. São de destacar a programação A Minha Nossa Coimbra Deles, em 1973, a celebração do 1.000.011º Aniversário da Arte, em 1974 e a Semana de arte na (da) rua, em 1976. No âmbito do 1.000.011º Aniversário da Arte, dinamizado por Ernesto de Sousa, Albuquerque Mendes realiza a sua primeira intervenção performativa: a distribuição ao longo do percurso entre Porto e Coimbra de centenas de flores de papel com a inscrição ‘a arte é bela tudo é belo’, seguida da colocação, à entrada do edifício do CAPC, de um conjunto de panos com padrões florais.

É também de assinalar, em torno do CAPC, a criação do Grupo de Intervenção do Circulo de Artes Plásticas de Coimbra (GICAPC, cujos elementos eram essencialmente os do Grupo Cores) e do Grupo Cores[9].

Em 1973, a galeria Alvarez, no Porto, deu início à colaboração com Egídio Álvaro, crítico de arte português sediado em Paris, fundador da galeria Diagonale que nos anos 1980 centralizou uma importante actividade performativa em Paris. Da colaboração de Egídio Álvaro com a Galeria Alvarez, dirigida pelo pintor, colecionador e galerista Jaime Isidoro (1924-2009) resultou uma programação inédita, geograficamente descentralizada e conceptualmente contígua aos desenvolvimentos da vanguarda internacional.

Fruto dessa colaboração, foi editado o primeiro número da revista Artes Plásticas, em 1973 (editada entre 1973 e 1977), preparada e realizada, nos primeiros meses de 1974 a programação Perspectiva 74, no Porto. Considerando o modelo experimentado na Perspectiva 74, foram concretizadas nos anos seguintes as quatro edições dos Encontros Internacionais de Arte.

Realizados entre 1975 e 1977, os Encontros Internacionais de Arte, tinham por objectivo o envolvimento da comunidade nos processos criativos, a inscrição das práticas artísticas no quotidiano, a discussão entre artistas e comunidade, a formação e divulgação da vanguarda, concretizando assim uma programação com exposições, debates, intervenções na rua, concertos e performance.

De Valadares (1974) a Viana do Castelo (1975), da Póvoa do Varzim (1976) às Caldas da Rainha (1977), é de notar no âmbito destes encontros a realização de performances/intervenções de artistas portugueses e internacionais, nomeadamente do Grupo Puzzle (em 1976 aquando do sua primeira intervenção na Galeria Alvarez contava com Graça Morais, Jaime Silva, João Dixo, Albuquerque Mendes, Fernando Pinto Coelho, Dario Alves, Carlos Carreiro, Armando Azevedo), Albuquerque Mendes, Pierre Alain Hubert, Tomek Kawaik, Moucha,  Artur Barrio, Roland Miller e Shirley Cameron, Serge III Oldenburg, Gerardo Burmester, Balbino Giner, Orlan, Chantal Guyot, Robert Filliou, Manoel Barbosa, Ernesto Melo e Castro, Miguel Yeco, Grupo Cores (ver nota 9), Collectif Femmes/ art ( Francoise Janicot, Claudette Brun, Isabelle le Vigan, Francoise Eliet, Lea Lublin, Tanta Monraud, Gretta Grywacz, Monique Frydmanm, Elisa Tan, Colette).

Da dissolução da parceria entre Egídio Álvaro e Jaime Isidoro, após os Quartos Encontros Internacionais de Arte nas Caldas da Rainha em 1977, nascerá pela mão de Jaime Isidoro a Bienal de Arte de Vila Nova de Cerveira (na sua primeira edição em 1978 ainda designada Quintos Encontros Internacionais de Arte) e, pela mão de Egídio Álvaro, o Festival de performance que pontuou os anos 80 com o nome Alternativa – Festival Internacional de Arte Viva e o Ciclo de Arte Moderna no IADE, em Lisboa. Realizado em quatro edições entre 1977 e 1982, o Ciclo de Arte Moderna apresentou Albuquerque Mendes, Darocha, Manuel Alvess, GICAP/Grupo Cores, Miguel Yeco, Armando Azevedo, Manoel Barbosa e Elisabete Mileu.

No mesmo ano de 1977 decorreu a referencial exposição Alternativa 0, na Galeria de Arte Moderna em Belém. Comissariada por Ernesto de Sousa, crítico de arte e programador que desenvolveu, a par de Egídio Álvaro, uma actividade e um discurso[10], considerando a importância da performatividade na arte contemporânea (recordamos que programara em 1969 Nós não estamos algures e em 1974 o Aniversário da Arte em Coimbra). A Alternativa 0 incluiu uma intervenção do GICAPC, uma intervenção de Ernesto Melo e Castro e três performances do Living Theatre, em vários locais da cidade de Lisboa. O Living Theatre fez depois digressão, passando por Coimbra e pelo Porto, onde apresentou, tal como em Lisboa, “Sete Meditações sobre Sado-Masoquismo Político”.

Também em 1977, Ana Hatherly realiza a intervenção/performance Rotura na Galeria Quadrum, em Lisboa. Nesta mesma galeria, Ernesto de Sousa comissariou em 1978 o Ciclo Performing Arts, apresentando documentação e vídeos de performances.

Anos Oitenta: a proliferação da arte da performance

Com o final da década de 1970, a performance portuguesa adquire velocidade de escape relativamente ao contexto artístico e cultural português. O Grupo Puzzle dissolve-se. Egídio Álvaro comissaria a exposição Nova Sensibilidade/ Figurações Intervenções na SNBA (Sociedade Nacional de Belas Artes), forma-se o Grupo Diaspositivos[11] e o Grupo Néon. Em 1980, tem lugar a II Bienal de Vila Nova de Cerveira, a Semana Internacional de Arte Actual, em Vila do Conde e a Exposição, comissariada na SNBA em Lisboa por Egídio Álvaro, Figurações-Intervenções.

Em 1981 Egídio Álvaro dá início, em Almada, ao Alternativa – Festival Internacional de Arte Viva, que conheceu três edições em Almada em 1981, 1982 e 1983, uma Cascais em 1985, e ainda outra no Porto, em 1987.

Para além da sua actividade como programador em Portugal, Egídio Álvaro assumiu um papel central na internacionalização da performance portuguesa nestes anos, quer através da programação da Galeria Diagonale fundada em Paris em 1979, quer pela mediação da participação de vários artistas em festivais e programações internacionais[12]. Notavelmente, comissariou em 1984 no Centre Georges Pompidou a programação Performance Portugaise, na qual realizaram performances Fernando Aguiar, Manoel Barbosa, Gerardo Burmester, Carlos Gordilho, Albuquerque Mendes, Elisabete Mielu, António Olaio, Rui Orfão e Miguel Yeco, aos quais se juntaram os Telectu (Jorge Lima Barreto e Vítor Rua). Outro festival dedicado à performance portuguesa decorreu em Amesterdão no mesmo ano, organizado em colaboração entre Egídio Álvaro e o colectivo MAKKOM de Amesterdão, acontecendo entre 25 de Novembro e 1 de Dezembro de 1984, contando com a presença de Albuquerque Mendes, Carlos Gordilho, António Olaio, Miguel Yeco, Rui Orfão, São Pestana e Silvestre Pestana.

Noutros círculos, tangenciais à actividade de Egídio Álvaro, é de assinalar a criação do Espaço Lusitano, no Porto, por Gerardo Burmester e Albuquerque Mendes, particularmente destinado à apresentação de performances; a actividade das galerias Quadrum e Diferença em Lisboa a partir do final da década de 70, dinamizadas por Ernesto de Sousa; pela AICA que acolhe no seu Salão AICA de 1985, na SNBA, várias performances e pela Fundação Calouste Gulbenkian. Esta Fundação realizará uma importante programação de performance no decorrer da década de 1980, sobretudo através do Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte (ACARTE), no recém-inaugurado Centro de Arte Moderna (CAM).

Entre Março e Jundo de 1985 teve lugar em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, a Exposição-Diálogo Sobre Arte Contemporânea na Europa reunindo representações de vários museus europeus com o patrocínio do Conselho da Europa. Neste contexto, o Serviço ACARTE apresentou uma programação contendo performance, teatro e música para a planificação da qual Madalena Perdigão, do Serviço ACARTE, contou com a colaboração de René Berger, Delegado da Comissão Organizadora da Exposição-Diálogo, e de Ole-Henrik Moe e Jan Hoet, directores, respectivamente, da Sonja Henie-Niels Onstad Foundation, Hovikodden, Noruega e do Museu van Medendaagse Kunst, Ghent, Bélgica. Nesta programação foram apresentadas performances de Wolf Vostel, Carlos Gordilho, Stuart Brisley, Fernando Aguiar, Marina Abramovic´/Ulay e Ulrike Rosenbach, bem como companhias de teatro com “uma forte componente plástica” ou consideradas “na crista da mordernidade” como, no primeiro caso, o Teatre de La Claca e o Teatro de Sombras de Lourdes de Castro/Manuel Zimbro ou, no segundo caso, Jan Fabre e Jack Helen Brut.  Mauricio Kagel, as Percussões de Estrasburgo e a Oficina Musical constituiram a parte da programação alusiva à música. Nos textos do programa, da autoria de Ole-Henrik Moe, Jan Hoet, Madalena Perdigão mas também Ernesto de Sousa e Fernando de Aguiar, é visível a preocupação em explicar os termos performance e happening, preocupação esta que frequentemente transborda para a imprensa que o explica nos jornais, causando um debate que tem como pontos auge as críticas às performances mais polémicas, como O jardim das delícias de Wolf Vostell, o espectáculo O Poder da Loucura Teatral, de Jan Fabre, Nightsea Crossing de Abramovic/Ulay, ou as performances dos portugueses Fernando Aguiar Ensaio para uma Interacção da Escrita e Carlos Gordilho, O desencanto do Dia Claro e Interior Maldito.

Em Novembro e Dezembro do mesmo ano o Serviço ACARTE, considerando que a iniciativa anterior “representou uma porta aberta ao ingresso da performance no Centro de Arte Moderna”, organizou a Quinzena Multimédia onde se privilegiaram performances de acentuado carácter  tecnológico “desde a caracterização visual dos personagens como humanos-automáticos de Performática, pelo Grupo Neon, até à programação por computador das imagens sonoras e visuais de L’Ecran Humain, pelo Grupo Canadiano Performance Multi Média, passando pelas Intersecções de luz e corpo de Nan Hoover.” Teve ainda lugar um atelier organizado por Cario Bengio e Paul St-Jean, e uma Comunicação Intitulada 18 Atitudes da Performance, por Manoel Barbosa. [13]

Um ano depois, em Novembro de 1986, e porque “as promessas fazem-se para se cumprirem”  como declara Madalena Perdigão no programa do evento, o ACARTE apresentou a programação Performance-Arte exclusivamente dedicada à apresentação de performers portugueses, constituindo-se assim como “uma amostragem, necessariamente incompleta e limitada, do estado da performance em Portugal”.  Depois de um intervalo de dois anos, mas ainda durante a direcção de Madalena Perdigão, a performance regressa ao ACARTE na iniciativa Ciclo de Arte Experimental, realizado em homenagem a Ernesto de Sousa. [14]

É de assinalar, ainda o Ciclo PROJECTOS & PROGESTOS,em Coimbra. Em 1979 realizara-se nesta cidade MULTI/ECOS, um colectivo internacional – happening. Resulta de um convite do CITAC (Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra) feito a António Barros e a que se junta Rui Órfão, para fazer a coordenação do Teatro-Estúdio do grupo, no sentido de uma abordagem experimental, plástica e parateatral, concebendo-se um espaço provocador de apresentação, o Black Cube (uma sala negra em vez da tradicional galeria branca). Este evento contou com a cumplicidade da Escola Superior de Belas Artes do Porto. Nasceu então o Ciclo PROJECTOS & PROGESTOS: Tendências Polémicas nas Linguagens Artísticas Contemporâneas, coordenado por António Barros e Rui Órfão, evento patrocinado pelo CITAC com comparticipação subsidiária da Fundação Calouste Gulbenkian. Esta iniciativa enquadra 91 artistas e 12 países que objectivaram 48 secções de mostragem. Trata-se de um espaço alternativo de expressão artística contemplando as áreas de multimédia, performance art, teatro experimental, artes visuais, video art, diaporama, operating theatre, música experimental, literatura visual, poesia fonética e sonora, living sculpture. Esta iniciativa estende-se até 1984/1985[15].

É de realçar ainda as Duas Noites de Performance organizadas pela escola ARCA (fundada por dissidentes do CAPC) no edifício do Chiado da mesma cidade de Coimbra; e o PERFORMARTE – I Encontro Internacional de Performance, que teve lugar em Torres Vedras, em 1985 (da responsabilidade de Manoel Barbosa e Fernando Aguiar).

* colaboração de Ana Bigotte Vieira e Ricardo Seiça Salgado nos parágrafos relativos ao ACARTE e ao PROJECTOS E PROGESTOS, respectivamente.


[1] MICHAUD, Yves, 2000, L’art à l’État Gazeux. Paris: Stok.

[2] SOUSA, Ernesto de, 1979, “João Vieira – da letra ao texto do texto ao contexto”. In Colóquio Artes, nº42, Setembro, p.36.

[3] FERNANDES, João, 2002, “ A letra e o corpo na obra de João Vieira”. In João Vieira, Corpos de Letras, Porto, 00.20-31, p.26.

[4] HATHERLY, Ana, 1965, “ Uma manifestação de Neo-dadaísmo” in Diário Popular; Semana Musical, Lisboa, 28 de Janeiro de 1965.

[5] Numa discussão entre o crítico Manuel de Lima e Jorge Peixinho no Jornal de Letras e Artes nos seguintes artigos: LIMA, Manuel, 1965, “Concerto e Audição Pictórica sob a orientação de Jorge Peixinho na Galeria Divulgação”. In Jornal de Letras e Artes, Lisboa 20 de Janeiro de 1965, p.11; PEIXINHO, Jorge, 1965, “Resposta a Manuel de Lima”. In Jornal de Letras e Artes, Lisboa, 10 de Fevereiro de 1965, p.5.

[6] HATHERLY, Ana, Melo e Castro & Ernesto Melo, 1981, PO.EX – Textos teóricos e documentos da poesia experimental portuguesa, p.79-85. Moraes Editores.

[7] Jornal de Noticias, 24 de Janeiro de 1968, p.1.

[8] ÁLVARO, Egídio, 1979, Performances, rituels, interventions en espace urbain, art du comportement au Portugal, Lyon, sp.

[9] Em 1977 constituiam o Grupo Cores Tulia Saldanha, Rui Orfão, Teresa Loft, António Barros e Armando Azevedo.

[10] Nos artigos que publicou na Colóquio Artes, Revista Opção, Vida Mundial.

[11] O Grupo  Diaspositivos foi inicialmente constituído por Michel, Adelaide  Colher, José Fabião, Gracinda Candeias.

[12] Egído Álvaro foi responsável pela representação dos seguintes performers nos seguintes eventos ou galerias internacionais nos últimos anos da década de 1970 e ao longo da década de 1980: 1978: Miguel Yeco –  Salon de la Jeune Peinture: Palais du Luxembourg, Paris e Noveau Langages, Limoges; Armando Azevedo, Miguel Yeco: L’art Portugais, Brétigny; 1979: Grupo Puzzle ( João Dixo, Albuquerque Mendes, Armando Azevedo, Gerardo Burmester) , Miguel Yeco –  Evento na Universidade de Toulouse Mirail; Albuquerque Mendes, Grupo Puzzle ( Albuquerque Mendes, Armando Azevedo, Pinto Coelho, Gerardo Burmester, João Dixo) –  Primeiro Simpósio internacional de performance, Lyon; 1980: Albuquerque Mendes, Miguel Yeco, Grupo Puzzle, Armando Azevedo – Espaces Libres, comissariado por  J.J. Lebel, Museu de Arte Moderna de Paris; 1981: Manoel Barbosa, Albuquerque Mendes – Semana da Arte Actual, Estrasburgo; Manoel Barbosa:  8 artistas portugueses, St. Quentin en Yvelynes ; Manoel Barbosa, Miguel Yeco: Espaço Nomade, Besançon; Manoel Barbosa: La Perdita del Centro, Ferrara, 1982: Albuquerque Mendes, Elisabete Mileu, Armando Azevedo, Manoel Barbosa, Gerardo Burmester: Intervention I – Festival Internacional de Performance, Paris; Gerardo Burmester, Albuquerque Mendes, Armando Azevedo, Manuela Fortuna, Elisabete Mileu, Manoel Barbosa: Noite Portuguesa na Usine Pali Kao; Albuquerque Mendes, Manoel Barbosa, Elisabete Mileu: L’art dans la Rue, Champy;;  Gerado Burmester, João Dixo, Albuquerque Mendes: Festival Internacional de Performance, Nice; Gerardo Burmester: Art is Action, Kassel; 1984: Fernando Aguiar, Manoel Barbosa, Gerardo Burmester, Carlos Gordilho, Albuquerque Mendes, Elisabete Mileu, António Olaio, Rui Orfão, Miguel Yeco –  La performance Portugaise, Centre Georges Pompidou, Paris; Albuquerque Mendes, Carlos Gordilho, António Olaio, Miguel Yeco, Ção Pestana e Silvestre Pestana – Festival de performance portuguesa, MAKKOM, Amsterdão; Gerardo Burmester –  Art is Action II, Kassel; 1985:   Gerardo Burmester – Perf. III, Roterdão; 1986:  Fernado Aguiar, A. Barros; Elisabete Mileu, Silvestre Pestana,  Festival de Cogolin; António Olaio  – Art is Action III, Kassel.

[13] De acordo com as palavras de Madalena Perdigão no programa do Evento. PERFORMANCES/MÚSICA /TEATRO Exposição Diálogo Sobre Arte Contemporânea, FCG Março 1985, Lisboa. Nesta iniciativa teve lugar a famosa “guerra das alfaces” travada entre o público durante a performance Jardim das Delícias, de Wolf Vostell que tambem apresentou a Fluxus Ópera em versão exclusiva para Lisboa. Carlos Gordilho apresentou O desencanto do Dia Claro e Interior Maldito, Fernando Aguiar Ensaio para uma Interacção da Escrita, Marina Abramovich e Ulay a meditação Nightsea Crossing e Ulrich Rosenbach Die Eulenspieglerin. Jan Fabre esteve presente com o polémico espectáculo em várias horas O Poder da Loucura Teatral.
De acordo com as as palavras de Madalena Perdigão no programa de Quinzena Multimédia, FCG, Dezembro 1985.

[14] De acordo com as as palavras de Madalena Perdigão no programa de Performance – Arte , FCG, Dezembro 1986. Rui Orfão apresentou a performance V.I.T.R.I.OL.; Gerardo Burmester, Performance I e Performance II; Silvestre Pestana, ERGANÓMETRO; Fernando Aguiar, PONTO-ACÇÃO; e Manoel Barbosa, UMUURLZ. O Ciclo de Arte Experimental conta com performances de Vocem, Electric Voice Theater, Bouche-Cosou-Theater (Lídia Martinez), Miguel Yeco, Rui Órfão, Ian Smith, Manoel Barbosa, Carlos Gordilho eElisabete Mileu

[15] A Programação deste evento contou em 1981 com: EXTRACÇÃO, por Rui Órfão (Portugal); HERE AND THERE, por Mineo Aayamaguchi (Japão); LUMIÈRE DROITE, por Frank NA (França); LUMINISCÊNCIA, por Plassum Harel (França); WINTERSPIEL (JOGOS DE INVERNO), por Peter Trachsel e Ernst Thoma (Suiça); Comunicação NOVOS TEMPOS/NOVOS ESTILOS, por Projectos&Progestos (P&P); Colectivo ARTITUDE 0, REVISTA OBJECTO; DIVULGAÇÕES COMPLEMENTARES: Revista Mundo da Arte (Coimbra); Arte Opinião, 16; Revista Sema n.º 2.

Em 1982: PERFORMANCE-SITUATION, por Erna Nijman (Holanda); THE RED DRAWING, por Nigel Rolfe (Irlanda); MUSEU FLUXUS INT. & COMP., colectivo de happening (Internacional); CONCERTO FLUXOS (reposição), por Charles Dreyfus (França); POESIACÇÃO, pelo Colectivo Literatura Experimental (Portugal); POESIA PARA A CEE, por Alberto Pimenta (Portugal); LETRISMOS, por Fernando Aguiar (Portugal); RADIOIDEOLOGIAS, por Silvestre Pestana (Portugal); TEXTOS VISUAIS, por Salette Tavares (Portugal); OVO-POVO, por António Aragão (Portugal); POEMAS VISUAIS, por Maria Laranjeira (Portugal); ‘JOANINHA’, poema-objecto, por Campos Rosado (Portugal); NOSFERATUS, pelo Grupo Teatro Experimental (Jorge Vasques, João Torres, José Louro) (Portugal); NOVOS QUADROS (de uma História Trágico-Marítima), pela Fila K – Multimédia (Portugal); RITUS D’ÁGUA, uma escultura viva por António Barros e Isabel Pinho (Portugal); CONDUCTUS, teatro experimental por Alberto Pimenta, com Isabel Carlos, Jorge Vasques, José Bandeirinha (Portugal); NOVA PINTURA, por José Carvalho (Portugal); ONE MAN SHOW, por E. Melo e Castro, com José Almeida e Pedro Vasconcelos (Portugal); O ROCK NA MÚSICA CONTEMPORÂNEA, por J. Lima Barreto (Portugal); SECOND CYCLE, uma non stop performance (24 horas), por Alistair McLennon (Irlanda); LONE RANGER THE JUNGLE OF EROTIC DESIRE, por Lydia Schouten (Holanda); SPACE, por Aldo Brizzi (Itália); POEMOGRAFIAS, por João Vieira (Portugal); THE PROMISED LAND, por Ernesto de Sousa (Portugal); COMUNICAÇÃO Elementos para uma leitura da Performance Art, pela P&P; Colectivo ARTITUDE 01, REVISTA AMBIENTE, espaço exploratório proporcionado pela Galeria Diferença; DIVULGAÇÕES COMPLEMENTARES: Arte Opinião, 18; Revista Sema n.º 4; Galeria Diferença (Lisboa); Círculo Aberto (Aveiro); Festival Alternativa (Almada).

Em 1983: SHOW LIFE – STATION HOUSE OPERA, por G. B., com Julian Maynard Smith e Miranda Payne (Londres). Apresentação também no Teatro da Graça (Lisboa) e Cooperativa Árvore (Porto); IMAGENS SENSAÇÕES DA PERSONALIDADE, por ARTITUDE: 01 (Portugal); VIDEO COMO COMUNICAÇÃO, vídeo-art por Rolf Lobeck, Inge Ulrich, Achim Witzel, Sabine Hartmann, Thomas Beck, Peter Hartmann (Alemanha);  THIS IS THE GAME, por Gzregorz Sztabinski (Polónia); THE BASEMENT GROUP, vídeo-art, com John Adams, Ken Gill, Belinda Williams, Dick Grayson, John Kippin, John Bewley, Paul Borlogu, Roger Wilson (Inglaterra); VIOLENT PAINTING, por Salome e Castelli (Alemanha);  DIAPORAMA, por MVM e Wolf Vostell (Alemanha); SO DIFFERENT… AND YET, por James Coleman (Irlanda); IGNOTUM PER IGNOTUS, James Coleman, também com Rui Órfão e Isabel Carlos. Ambas as performances de James Coleman apresentadas na ESBAL (Lisboa); Colectivo ARTITUDE 01, REVISTA OPERAÇÃO, número temático que conduziu um estudo sobre a cidade Black=Black, Imagem e Sensações da Personalidade Coimbra; Comunicação KEUSCHHEITSLEGENDE, EIN STÜCK VON PINA BAUSCH, por António Barros;

Em 1984: PORQUE É QUE EU TE ESTOU A CONTAR ISTO, MAS EU JÁ NÃO TE ESTOU A CONTAR ISTO, por Ricardo Pais (Portugal); CONCERTO FLUXUS (reposição), por Museu Fluxus Int. & C.; ACQUAPLANNING, algumas meditações sobre a geração do vazio, por colectivo performance P&P. Apresentado na IV Bienal Internacional de Vila Nova de Cerveira; Comunicação TRAJECTOS DA PERFORMANCE ART, por P&P; Comunicação ANIMAÇÃO CULTURAL COMO OBRA DE ARTE, por P&P; Colectivo ARTITUDE 01, REVISTA MULTIMÉDIA, a escrita sobre as margens e leito do Rio Minho; Colectivo ARTITUDE 01, REVISTA URBANA, a aplicação da escrita sobre a cidade.

Em 1985: Colectivo ARTITUDE 01, REVISTA COMPORTAMENTO, apresentado em Torres Vedras, no 1.º Encontro Nacional de Performance.